A inovação industrial traz inúmeros benefícios às manufaturas e operações, e pode ser aplicada através da Internet das Coisas, realidade aumentada, inteligência artificial, gêmeos digitais e outras tecnologias. O setor de indústrias deve se firmar no ecossistema inovador para acompanhar o mercado, cada vez mais exigente. Para que isto se faça possível, é importante abordar alguns temas de relevância. O primeiro deles é o fomento à inovação.
A pressão pela inovação em meio a um mercado altamente mutável, competitivo e a preocupação com a sustentabilidade do negócio são fatores que influenciam as indústrias em busca da inovação. Em apoio e incentivo a este trabalho, existem fomentos que oferecem este tipo de suporte e incentivo fiscal para empresas que desejam inovar. Alguns deles são:
Lei do Bem:
Regulamentada em 2006, instituiu a utilização de incentivos fiscais pelas pessoas jurídicas que operam no regime fiscal do Lucro Real, que realizam pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, de forma automática.
Lei da Informática:
A Lei 13.647/2018 oferece incentivos para empresas de informática que investem em atividades de pesquisa e desenvolvimento em inovação. Assim como a Lei do Bem, esse incentivo é fiscal, oferecendo isenções tributárias com o objetivo de impulsionar empresas de tecnologia.
Rota 2030:
Foi criado pelo Governo Federal com o objetivo de elaborar uma política industrial de longo prazo para o setor automotivo e de autopeças, estimulando o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor. A iniciativa abre um cenário de oportunidades para que elas invistam no desenvolvimento e na aplicação de novas tecnologias, consolidando um modelo fabril competitivo e inserido na produção global de veículos automotores.
Startups da indústria 4.0 por categoria – Fonte da Imagem: SBT News
Neste cenário de mudanças viabilizado pelo fomento à inovação, é possível identificar o crescimento do ecossistema de startups para a Indústria 4.0 no Brasil. Mas, o que isto significa? Que empresas inovadoras, dedicadas a levar a mais alta tecnologia para indústria, começaram a ganhar espaço no país.
Pesquisas comprovam que startups voltadas para a indústria 4.0 levantaram, somente no ano de 2020, cinco vezes o valor captado em anos anteriores.
Ao todo, foram mapeadas aproximadamente 500 startups que atuam no setor de tecnologias habilitadoras, dentre elas, advanced analytics, internet das coisas (IoT) e energia. A maior parte destas startups foi fundada nos últimos quatro anos – houve um crescimento exponencial desde 2013, quando começou uma aceleração no relacionamento entre indústria e startups.
Investimentos globais em IoT – Fonte da Imagem: Valor
Vale dizer que, apesar do fomento à inovação e da chegada de parceiros responsáveis por torná-la viável, essa mudança não acontece sem a mudança de mindset da liderança.
Então, faço a última, mas não menos importante pergunta deste artigo:
Como desenvolver o mindset para uma Liderança 4.0?
O mindset da Liderança 4.0 deve ser ágil e colaborativo. Isto não é fácil, pois nos obriga a sair da zona de conforto para encararmos uma realidade sem muitas certezas e definições.
Afinal, esta história está sendo construída agora e somente quem está disposto contribuirá para sua propagação.
O que se sabe, até o presente momento, é que é necessário colaborarmos e sermos ágeis para implantar tudo o que for necessário para a diferenciação, pensando sempre na experiência do cliente.
Dica de leitura sobre intraempreendedorismo – Fonte da Imagem: Acervo pessoal Carlos Boechat
Quando falamos sobre colaboração, estamos falando sobre trabalho em equipe e para isto, é necessário que haja clareza do objetivo para que todos sigam na mesma direção e que os objetivos individuais sejam colocados em segundo plano em função de um propósito maior.
Ou seja, a liderança deve estar preparada para mudar toda a cultura organizacional para receber as inovações da melhor maneira possível.