Você já ouviu falar em metaverso? A resposta provavelmente deve ser sim. No entanto, se eu lhe perguntar se consegue imaginar a si mesmo usando essa tecnologia na indústria, qual será a sua resposta?
O metaverso ficou muito conhecido depois que a Meta (antigo Facebook) passou a investir na tendência, que até hoje parece uma realidade distante, daquelas disponíveis apenas em filmes de ficção científica. Só que, o metaverso, que nada mais é do que a integração dos mundos virtuais e físicos em ambientes online com a presença de avatares ao invés de indivíduos e um bom tanto de realidade virtual e aumentada na construção dos cenários e ambientes, está mais próximo de se transformar em uma realidade e tendência mundial. Isso significa que, em diferentes setores e atividades do cotidiano, o metaverso fará parte da vida das pessoas e modificará até mesmo a forma como elas trabalham e se relacionam, assim como no segmento industrial.
Você está preparado (a) para essa transformação?
O início e a expansão do metaverso
Comprar uma comida por um aplicativo, mudar o canal para uma plataforma streaming, ouvir um podcast enquanto vai para o trabalho. Essas são algumas das tendências que ficaram mais evidentes durante a pandemia de Covid-19 e que, de certa maneira, já fazem parte do cotidiano de quase todo o mundo.
Apesar disso, a realidade do metaverso ainda parece ser tão ficcional que as pessoas não falam dela como uma possibilidade imediata, tal como essas que acabei de citar. Já é possível experimentar o metaverso em algumas situações, com destaque para as ações de entretenimento (principalmente os videogames). Mas se engana quem pensa que a tecnologia é recente. Isso porque, no jogo Second Life, em 2003, já existia uma simulação de realidade virtual disponível aos gamers.
O que mudou recentemente, muito impulsionado pela pandemia de Covid-19, foram as formas como utilizamos o metaverso. Provavelmente você participou de uma reunião online no período pandêmico, ou então comprou algum produto por sites e aplicativos, correto? Ambas as experiências demonstram como o metaverso está mais próximo do que as teorias indicam. Embora seja considerada uma tecnologia do futuro, ela já é realidade que segue em teste e desperta interesse em vários setores.
Um deles é a indústria. E caso você esteja pensando que eu estou prevendo um futuro longínquo, prepare-se para ver que a realidade aumentada já chegou e vai estar no seu dia a dia muito antes do que você consegue imaginar agora.
Inovação na Indústria? o que você precisa saber?
O metaverso industrial já está entre nós
O metaverso deixou de ser coisa do amanhã para ser uma conexão real entre os mundos online e offline hoje. Mesmo com a realidade batendo na porta das indústrias, ainda há quem pense que ela não poderá se aproveitar da tendência e utilizar a tecnologia em benefício próprio: o que é um grande erro.
A tecnologia do metaverso não pode mais ser pensada apenas como ficção científica. Até porque, ela é mais comum do que os filmes previam. As indústrias, portanto, podem a usar em ambientes de trabalhos virtuais, máquinas e equipamentos complexos, tanto para a operação e treinamentos, como para a avaliação de processos e mensuração de riscos.
Também já é possível utilizar os ambientes virtuais para construção de máquinas, implementação de processos, aumento de eficiência, manutenção de equipamentos e até mesmo aproximar compradores e melhorar a experiência do usuário (tão necessários para a indústria 4.0).
Para se ter uma ideia, a Siemens, empresa na qual já tive a oportunidade de atuar em minha jornada, e a Ericson já utilizam em seu cotidiano uma plataforma metaverso, denominada Omniverse. Nela, é possível operar usinas de energia, fazer manutenção e prever possíveis problemas que podem acontecer com os equipamentos. A Boeing é outra empresa que entra no metaverso e usa da tecnologia para construir motores virtuais que serão replicados em breve. A ideia da empresa é diminuir os riscos e gastos com produções que não conseguem ser inseridas no mercado – seja pelo gasto excessivo ou pela possibilidade de erros.
Digital Twin, o que é isso?
O Digital Twin (em uma tradução literal “gêmeo digital”) é uma tecnologia que consegue simular toda a linha de produção industrial, levando em consideração a precisão e melhoria dos ativos da empresa. É possível, dentro dessa experiência, reduzir riscos no ambiente de trabalho ao verificar a necessidade de fazer a manutenção de máquinas e equipamentos.
Toda a simulação do cotidiano desses processos é feito pela plataforma e, como estamos em um ambiente virtual, consegue-se proteger o mundo real físico. A união de dois espaços (virtual e real) integra as plataformas e melhora a exatidão do processo como um todo, justificando a importância da plataforma para a empresa.
A mesma plataforma ainda permite aos usuários conhecerem a linha de produção da empresa, aproximando a relação entre cliente-empresa. Com a realidade virtual aumentada, é possível ver em tempo real como os processos acontecem e fidelizar o cliente com a experiência única (até o momento). Mais uma vantagem da tecnologia Digital Twin é a de profissionais de sucesso do mercado, que estão espalhados pelo mundo, de trabalharem remotamente, mas com a presença no ambiente virtual durante toda a jornada.
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Quais os caminhos da indústria com o metaverso?
Não apenas o entretenimento e a indústria utilizarão as novas tecnologias para melhorar seus processos e produtos. Muitos segmentos do mercado de trabalho serão impactados por essa inovação e, de certa maneira, a sociedade tende a modificar muitos dos seus hábitos com as facilidades disponíveis.
Um exemplo dessa usabilidade é a possibilidade real de fazer compras no supermercado, visitar feiras e exposições, conhecer projetos, aprender em salas de aulas interativas e inovadoras e, até mesmo, ter cirurgias e atendimentos médicos com uso das plataformas.
É claro que os caminhos para a aplicação nos processos e práticas diárias da indústria ainda tendem a demorar para consolidação. Como toda nova tecnologia, é preciso estudar como e de que maneira tal realidade irá beneficiar a indústria: nem todas terão como implementar a tecnologia no agora. No entanto, é preciso já estar preparado e conhecendo muito da realidade para estar preparado ao que pode chegar amanhã.